Muitos intérpretes de nossa história debruçaram-se sobre os processos político-econômicos que teriam feito do Brasil um país de contrastes sociais obscenos. Criou-se até uma terminologia para a parcela da nação esquecida pelos políticos e não retratada pela Grande Mídia: Brasil profundo.
E foi o interesse por esta porção “invisível” de nosso país que levou João Roberto Ripper a procurar outros caminhos em sua profissão de fotógrafo. Assim, suas fotos, muitas vezes minimalistas e epidérmicas, invertem alguns de nossos estereótipos. Seu trabalho não redunda num erro comum presente em esforços do mesmo tipo: reforçar o estigma de exotismo que paira sobre certas regiões.
O olhar do fotógrafo não é redutor ou condicionador: há uma vitalidade natural em suas imagens. São crianças, famílias, trabalhadores que, acostumados à invisibilidade, parecem à vontade na presença da lente.
E, com este trabalho, de qualidade estética e valor social, o artista coloca a fotografia em função dos direitos humanos. Mostrar o que nunca tem visibilidade é uma forma de resgatar o direito humano essencial à comunicação. É uma forma de apostar no que pode haver de melhor em nosso projeto de sociedade.
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2 comentários:
Para aprticipar das palestras/WS e saída fotográfica é preciso ser estudante? Paga-se alguma taxa? Pessoas fora da área podem participar? É preciso conhecimentos específicos?
Olá Lina, as palestras e workshops são abertos a todos, não é preciso ser estudante e podem participar pessoas de todas as áreas. O evento é completamente gratuito, nada é pago.
Qualquer dúvida, você pode enviar um e-mail para jjr@usp.br
Obrigada,
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