terça-feira, 31 de agosto de 2010

[Fotojornalismo] Definitivamente digital

Por Meire Kusumoto
meirekusumoto@gmail.com

Ormuzd Alves foi categórico ao dizer que a discussão sobre a digitalização em fotografia já está terminada. O fotógrafo e pós-graduado em cinema, que desde 1998 só trabalha com fotos digitais, diz que esse debate ainda cabe na área cinematográfica, que apresenta certa resistência para que se dê a transição. Em fotografia, entretanto, é apenas uma questão de tempo para que não seja mais possível sequer comprar filmes para câmeras ou então fazer a revelação de fotos. “Fotografia é fotografia”, constata Ormuzd.

Ele diz que o método antigo, com filme, era extremamente complicado. Além da preocupação com o peso e o manejo das câmeras antigas, também a insegurança do que aconteceria no laboratório era um problema no trabalho dos fotógrafos. Com a consolidação da fotografia digital, a visão geral da foto voltou para as mãos desses profissionais. Além disso, as câmeras digitais retratam, muitas vezes, o que as de filme não conseguem.

A informação é vista de uma forma nova, as agências de notícias não têm mais o que publicar e o espaço para grandes reportagens e ensaios fotográficos é encontrado na internet. Segundo Ormuzd, as preocupações agora são outras. Por exemplo, a de seleção dos momentos que podem ser registrados. “Tem fotos que eu vejo que não vale a pena tirar, apertar o botão”, defende.

Por outro lado, Ormuzd afirma que o trabalho do fotojornalista não mudou no sentido de que ele ainda tem de buscar a verossimilhança. “A gente tenta trabalhar a foto para que ela fique o mais parecida possível com aquilo que a gente viu”. “Ele tem de se virar, enquanto tem coisa acontecendo, você tem que correr atrás, jornalista é full-time”.

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