Nathália Monteiro dos Santos
natms27@gmail.com
A paixão de Clóvis Rossi pelo jornalismo internacional começou quando ele tinha apenas treze anos. A cobertura do confronto entre a população húngara e o governo soviético, em 1956, fascinou o jovem, criando nele o desejo de “conhecer os locais e as pessoas que faziam a história do mundo a cada momento.”
Movido por esse sonho, Rossi optou pela carreira diplomática. No entanto, chegada a hora de prestar o concurso, ele não tinha idade o suficiente para se inscrever. Resolveu tentar a sorte com o jornalismo e foi aprovado na Faculdade Cásper Líbero. No segundo ano de faculdade, um de seus professores o indicou para uma vaga na sucursal de São Paulo do extinto Correio da Manhã, um jornal carioca, onde Rossi começou sua carreira.
Após sua experiência no Correio, Rossi foi para o Estado de S. Paulo: começou como redator e chegou a editor-chefe. Depois, trabalhou no Jornal do Brasil, na revista IstoÉ, no Jornal da República e na Folha de S. Paulo, onde está desde 1980.
A opção pelo jornalismo mostrou-se certeira. Ao ser indagado sobre o que faria se não fosse jornalista, Rossi respondeu: “Só sei fazer isso. Nunca me passou pela cabeça tentar fazer outra coisa.” Ao longo de seus quarenta e seis anos de carreira, ele já cobriu acontecimentos nos cinco continentes e pretende continuar a fazê-lo. Segundo ele, “onde tem confusão, sinto vontade de estar.”
Aspas
“Jornalismo basicamente é ver, ler, ouvir e contar.”
“Eu fiquei fascinado pelo noticiário sobre a revolta húngara contra o comunismo, em 1956, quando tinha 13 anos. Parecia um desses filmes de ação, tipo ‘Missão Impossível’.”
“Presença in loco é indispensável para entender o que está acontecendo.”
“Toda cobertura internacional deve ter um olhar brasileiro sobre ela.”
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6 comentários:
"Onde tem confusão, sinto vontade de estar".
Perfeito isso x)
Legais os perfis do blog. Não são longos e chatos, dão vontade de conhecer mais a respeito do homenageado.
O cara é demais MESMO. Acho que ele define jornalismo em uma frase melhor do que o curso todo se esforça para fazer.
Ótima a ideia (é, sem acento... que dor no coração!) dos perfis!
O título combinou perfeitamente com o personagem. Clóvis Rossi é, realmente, um grande contador de histórias. Parabéns
Nossa. Copiei a mesma frase do comentário do topo pra colar aqui: “onde tem confusão, sinto vontade de estar” . Adorei, mesmo. Se todo jornalista tivesse o espírito desse cara, a profissão não seria tão mal rotulada quanto é hoje em dia.
Nath gostei muito, perfil interessante e bem escrito.
O Rossi é foda, pena que não nos deu conselhos de como sermos como ele na palestra, né? O Kotscho, na sua autobiografia, fala que nos tempos de Estadão o Rossi era um workaholic, todo mundo ia beber uma cervejinha e ele ia direto pra casa pra trabalhar bem no dia seguinte.
Será que precisamos ser assim pra sermos bons jornalistas?? Ah, como é boa uma cervejinha...
“Presença in loco é indispensável para entender o que está acontecendo.”
Muito bom! De fato, é isso que falta pro jornalismo hoje em dia. Pena que todos só querem economizar o dinheiro, não mandando o repórter pra rua...
Eu escutava em palestras uns jornalistas já consagrados falarem que o jornalismo hoje em dia era feito pelo telefone, com a bunda sentada na frente do PC e achava estranho, não conseguia realmente visualisar a bizarrice disso.
Mas bastou um mês na Folha pra entender o que eles queriam dizer: é um jeito escroto de trabalhar, uma faceta muito pobre da profissão!
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