domingo, 5 de julho de 2009

[Perfil] Olhos abertos na batalha e na vida

Yasmin Abdalla
yasmin.abdalla@gmail.com
















José Hamilton Ribeiro falou em uma entrevista para a Associação Brasileira de Imprensa que “ser repórter é estar de olho aberto e consciente de sua missão de denunciar o abuso, o preconceito, a atrocidade, a violência e o poder mal-utilizado, seja no campo de batalha, ou na ‘vidinha mais ou menos’ de cada um de nós”. Não importa aonde, o jornalista deve estar sempre alerta.

Com 70 anos de idade e 50 anos de profissão, Zé Hamilton, como é conhecido pelas pessoas mais íntimas, se autodenomina como um repórter por vocação, tendo uma longa carreira, principalmente na área internacional. Sua cobertura mais famosa foi na Guerra do Vietnã, onde perdeu uma perna em um acidente com uma mina terrestre, em 1968. Hoje, ele trabalha como repórter e editor do Globo Rural.

O jornalista já escreveu vários livros baseados em sua experiência profissional. Dentre eles, o livro “O Gosto da Guerra” (1969), baseado em sua reportagem sobre a Guerra do Vietnã, que em 1968 foi publicada na revista Realidade. Sobre o livro, José Hamilton declarou para a AIB que “a reportagem da guerra do Vietnã foi a mais marcante do ponto de vista anatômico. Mesmo assim, sucederam-se momentos de alegria e regozijo, entre uma tristeza e outra”.























É autor da publicação "Jornalistas, 37/97" (1998) que reflete sobre a história da imprensa ao longo dos 60 anos de existência do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo. Ganhador de diversos prêmios se consolidou como referência no jornalismo brasileiro.


Saiba Mais

Para conferir a entrevista da AIB na íntegra acesse:
http://www.abi.org.br/paginaindividual.asp?id=628

Para saber onde comprar algum livro do José Hamilton acesse:
http://www.estantevirtual.com.br/

Entenda melhor a Guerra do Vietnã:
http://educaterra.terra.com.br/voltaire/mundo/guerra_vietna.htm

6 comentários:

Fóssil disse...

A entrevista no link é bem interessante mesmo. Não conhecia o trabalho desse cara. E muito bom como tu passeia sem dificuldade por todos os gêneros de textos =]

Felipe Marques disse...

As reportagens do José Hamilton são genais. Para quem se interessa vale a pena ler "O Repórter do Século" que reúne uma série de matérias que ele fez ganhadoras do prêmio Esso além das reportagens sobre a Guerra do Vietnã. Uma genuína aula de jornalismo.

)borbas( disse...

Entre colheradas de seu iogurte desnatado, Zé Palmito - como é conhecido pelos íntimos da época da revista Realidade - contava de sua experiência na revista que revolucionou o jornalismo de profundidade no Brasil para mim no restaurante da Globo.

Era assim que começava minha primeira conversa com esse grande jornalista. Gravamos a entrevista e ele nos levou até a redação da Globo - estava comigo também o André Eler.

Por ser manco, apoiou-se em mim, num ato de estranha intimidade.

Intimidade, porém, ocorreria no meu segundo encontro com a fera. Estava eu na nomeação de Audálio Dantas - outro colega de Realidade - como cidadão paulistano, no ano passado, quando reparo que Zé Palmito está na plateia. Fiquei com muita vontade de ir conversar com ele, mas a vergonha foi maior.

Fui-me embora sem arriscar trocar olhares. Passei no banheiro. Quem me entra e usa o mictório ao lado do meu? Ele mesmo, Zé Palmito.

Foi um dos "ois" mais constrangedores da minha vida.


Uma pena que, para esse texto, não foi possível conversar com Zé Hamilton, seria uma grande experiência para a Yasmin e deixaria o texto ainda mais rico!

Parabéns J. Júnior!
;)

Priscila Jordão disse...

Gente, segundo texto da aula da Mitika, a Guerra do Vietnã foi a primeira a ter cobertura massiva da imprensa. Imagina o Zé Hamilton lá em meio a todos aqueles repórteres perdidos fazendo reportagens animais e ainda perdendo uma perna!

Borbas, que experiência fantástica entrevistar ele! A vida dele rende filme, não?

P.S.: "A mais marcante do ponto de vista anatômico" foi muito boa!

Anônimo disse...

Excelente texto man, nao conhecia o trabalho dele, mas vou prucurar, parece marcante.

Guilherme D. disse...

Realidade é tudo de bom mesmo! hehe Foi uma ótima revista...