quarta-feira, 17 de março de 2010

Cultura em muitos meios

Lucas Rodrigues

l.mariano.rodrigues@gmail.com

A popularização das novas mídias transformou o jornalismo em uma competição de conteúdos. É o que conta João Gabriel de Lima, redator chefe da revista Bravo!, e Thiago Ney, repórter do caderno Ilustrada, da Folha de S. Paulo, na palestra Jornalismo& Cultura, organizada pela J. Júnior.

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Segundo João, hoje o leitor tem acesso a muitas informações, entre elas, sobre o conteúdo cultural, o que provocou uma mudança no aspecto das publicações. Ele cita o exemplo da New Yorker, referência no estilo de jornalismo literário. Nos anos 80, a revista sofreu uma decaída devido à ascensão do modelo hard news do USA Today, de Rupert Murdoch.

Com isso, a revista passou a abordar o assunto de uma forma diferente, se voltando para um público específico, o que se tornou uma tendência para todas as outras publicações do gênero posteriores. "O leitor volta a ter uma expectativa no jornalismo como o local onde ele encontra não o serviço, mas a análise, a autoria", afirma o editor.

Para Thiago, além dos periódicos, também os novos profissionais tiveram que se adaptar. “É muito importante saber se desdobrar em vários meios. Hoje não basta saber escrever bem, tem que ter a ‘manha’ de fazer um podcast, por exemplo". Além disso, acredita que o papel do jornalista cultural não é apenas escrever críticas e emitir opiniões – o que, para ele, todo mundo faz -, mas também deve atuar como um filtro sobre tudo aquilo que é produzido, e ser capaz de discutir questões sobre política cultural, como leis de incentivo.

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