segunda-feira, 9 de novembro de 2009

[Bonner] Inovação na reportagem

Beatriz Amendola
bia.amendola@gmail.com

“Qual a diferença de fazer ao vivo ou gravado se não há interação?” A questão, discutida entre William Bonner e Ali Kamel, atualmente diretor da Central Globo de Jornalismo (CGJ), motivou uma grande mudança no formato jornalístico do JN, que completou 40 anos agora em 2009.

A entrada ao vivo do repórter era marcada pela formalidade. Não havia uma verdadeira conversa entre ele e o âncora. “Antes era tudo combinado”, conta Bonner.

Agora, o repórter não tem que decorar um texto. Ele apura e passa as informações para o editor. No momento do ao vivo, os âncoras, com base naquelas informações, realizam perguntas para o repórter, como numa conversa. “São dois jornalistas corretos, informados, conversando sobre o fato”, diz Bonner.

Mas surgiu uma duvida em um primeiro momento: como seriam essas perguntas? Segundo Bonner, elas tem de fugir da obviedade. “Tenho que perguntar pro cara aquilo que só quem está lá pode ver”, afirma. E se não ocorrer nenhuma pergunta útil e inteligente? Não se faz a pergunta.

O editor-chefe do JN ainda comenta a repercussão da mudança: “É difícil romper o formato de um produto forte como o JN”. A primeira experiência nesse novo formato, em uma matéria feita pelo repórter Roberto Paiva no Pará, em março deste ano, foi um choque. Porém, foi recebida positivamente. “As pessoas gostaram e não sabiam o que tinha acontecido.”

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