Por Carolina Vellei
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“A cidade é o abrigo do homem, por mais que ele reclame”. Essa é uma das várias justificativas para Cristiano Mascaro ter escolhido a urbe como um de seus pontos preferidos para fotos. O fotógrafo tem uma longa carreira. Enquanto estudava na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU), se apaixonou pelo jornalismo e foi se aproximando cada vez mais da fotografia. Trabalhou na revista Veja como repórter fotográfico até 1973 e depois, vendo que não havia oportunidades para se crescer na carreira, resolveu voltar para a FAU. Lá trabalhou durante 14 anos dirigindo o Laboratório de Recursos Audiovisuais.
Mascaro sempre teve interesse por cidades. Desde criança vivia em São Paulo e gostava de andar pela Avenida São João, observando fascinado os seus prédios. Com o tom descontraído, comparou o seu trabalho com o do fotógrafo Luciano Candisani, que faz fotos para a National Geographic e dividia a mesa da palestra. “As ruas são muito mais perigosas que a natureza”. No final, Candisani complementou essa visão, afirmando que “o mundo do Cristiano é muito mais selvagem”.
Apesar disso, o “caipira da cidade” , como mesmo se definiu Mascaro, sabe se defender muito bem e retrata a cidade dos mais diversos ângulos, muitos deles impensados. Na Galeria do Rock, conseguiu fazer, sem tripé e apenas se equilibrando perigosamente no último andar, uma foto do vão com as escadas rolantes. O que parecia ser uma “máquina devoradora” para o fotógrafo, ficou com perfeita simetria no trabalho. Mascaro justificou o resultado dizendo: “Não existe nada de paranormal, existe a fé em você mesmo”.
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