Anna Carolina Papp
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Para Anderson Schneider, fotografar é nada menos do que contar histórias. Acredita na fotografia como instrumento de comunicação e interpretação da realidade. Afirmou que seus trabalhos são fruto de seu próprio desconforto e indignação. Assim, ele decide “pagar pra ver”, procurando respostas para suas próprias perguntas e dedicando seu tempo a histórias que, segundo ele, mereçam ser contadas.
O custo dessas “narrativas”? Muitas vezes, alto; além de toda a aventura de se “infiltrar num lugar tão longe e diferente”. Porém o fotógrafo defende a iniciativa e o improviso. Ao ser perguntado sobre planejamento e estrutura para suas viagens, em lugares tão complicados, ele respondeu: “Não tem segredo. É muito simples: pega e vai!”
Apresentou alguns de seus trabalhos, ou, como ele mesmo afirma, “histórias”: “Cicatrizes”, que mostra os afligidos no Iraque pós-guerra; “Eldorado”, sobre garimpeiros no sul do Amazonas; “Invisíveis”, mostrando ex-colônias de pessoas com hanseníase; “Estrutural”, sobre um lixão em Brasília, “Jericos” - meio de transporte em Rondônia, com os quais se faz uma enlameada competição e “Brasília concreta” - um tributo de gratidão à cidade que, segundo ele, está passando do papel para o material, o concreto.
Por fim, uma história que é “subproduto de outras histórias”. Anderson afirma que, em alguns momentos de suas viagens, tem a impressão de que “está sempre no mesmo lugar”. Assim, criou o trabalho “Sombria”, que seria uma cidade que não existe, porém está sempre no imaginário das pessoas. “Vez ou outra, essa cidade vem a mim”, afirma ele.
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