Karin Salomão
Qualidade de Vida é um assunto ainda incipiente no jornalismo brasileiro. Por isso, Guiliana Reginatto, editora assistente da revista do Jornal da Tarde, ensina como não ser pautado por laboratórios e agências internacionais.
Quando laboratórios enviarem pesquisas, verifique se é idônea. Se a pesquisa já saiu em uma revista científica e especializada, é confiável. Estes veículos possuem banca examinadora, que verificam resultados e metodologia. Conhecer os métodos de pesquisa também é importante. Não precisa estar na matéria escrita, mas é importante que o jornalista conheça.
Na furiosa busca por uma pauta, alguns jornalistas acabam exagerando certos resultados de pesquisas. Pautas mais chamativas vendem mais. Mas o certo é não dizer “causa câncer”, mas sim “parece haver relação entre o produto e o crescimento de células cancerosas em animais de laboratório”, por exemplo.
Muitas vezes, a linha editorial do veículo também leva o repórter a publicar inverdades. O caso do ovo é exemplar. Faz mal ou não? No lugar de dar todas as variáveis, e nuances, sairá uma matéria mais chamativa e menos científica. “Dependendo do direcionamento do veículo, não vai ser publicado. Isso frustra o jornalista, porque ele queria que a matéria fosse mais balanceada”, comenta Guiliana.
Datas comemorativas podem ser gancho para matérias. Mas ganchos frios são ruins. “AIDS tem Dia Mundial, diabetes tem Dia Mundial”, diz Reginatto.
Algumas instituições distribuem prêmios para matérias sobre saúde. “Até que ponto não são tentativas de pautar a imprensa?”, provoca Guiliana. É necessário tomar cuidado com essas tentativas, por mais que a editora não veja problema em tentar ganhar os prêmios.
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