sexta-feira, 18 de junho de 2010

[Independente] O jornalismo investigativo da Repórter Brasil


Por Bruno Federowski
federowski@gmail.com105

“Não recomendo essa vida a ninguém,  porque ela é uma loucura; mas por outro lado ela é maravilhosa: conheci comunidades, pessoas, realidades que meus colegas que ficaram nas redações não conheceram” – assim referiu-se Leonardo Sakamoto a sua experiência na imprensa alternativa. Um dos fundadores da ONG Repórter Brasil, Sakamoto participou de uma palestra sobre a mídia independente na ECA-USP no dia 16 de junho.

A organização, que trabalha com questões agrárias, fundiárias, trabalhistas e de direitos humanos, especializou-se num método de jornalismo investigativo baseado no mote utilizado pelo Washington Post durante o escândalo de Watergate: “follow the money”. Ao descobrirem uma instância em que há problemas graves, os repórteres acompanham o caminho que a produção trilha até chegar ao público. Já houve casos, por exemplo, em que a carne de uma fazenda que fazia uso de trabalho escravo terminasse como um hambúrguer no McDonald’s.

O grupo de leitores do site da Repórter Brasil é composto, principalmente, por dois setores: formadores de opinião (jornalistas, lideranças sociais e políticas, etc.) e indivíduos ligados à educação (professores e estudantes dos níveis básico, médio e superior). Isso condiz com a proposta da ONG, que já chegou a divulgar pesquisas para a grande mídia sem exigir que fossem dados os devidos créditos. “O nosso objetivo não é ser famoso, ser legal, ir pra capa da Caras: nosso objetivo é que nosso trabalho dê resultados.”, afirma Sakamoto.

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