domingo, 4 de setembro de 2011

Crenças e a transformação da imagem em um ícone

Jaqueline Mafra                                                                                                         jaquelinemafra@gmail.com

O quarto dia da V Semana de Fotojornalismo teve as presenças de José Cordeiro Albano e Wagner Souza e Silva tendo como tema de discussão “Crenças”.

José Cordeiro começa explicando a imagem de Nossa Senhora Aparecida como ícone. Ele fala que a crença em uma imagem é uma manifestação coletiva e para isso apresenta dois exemplos, uma fotografia de um desfile de carnaval, na qual as baianas estavam vestidas de Nossa Senhora Aparecida, e outra que mostrava uma torcida de um time de futebol estendendo a imagem da Santa no estádio.

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O fotógrafo conta sobre seu trabalho na cidade de Aparecida, onde pode registrar a fé e a devoção à imagem de Nossa Senhora. Disse que existem várias representações da imagem e muitas manifestações de fé em toda região do santuário.

As fotografias apresentadas por José Cordeiro vão de 1995 a 2007. Elas não são importantes por apenas representar uma manifestação religiosa, mas também por mostrar a história de cada personagem.

Wagner de Souza e Silva conta que seu contato com crenças foi a partir do trabalho que realizou no Museu de Arqueologia e Etnologia da USP onde pode ter contato com acervos que mostravam a necessidade do homem em ter uma base mítica.

Sua proximidade com os objetos foi um pouco mais fria, pois tentou levar um olhar mais fotográfico do que jornalístico. Em seu trabalho busca trazer às fotografias não só apenas a imagem, mas também a informação que ela transmite.

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Em um trabalho que realizou com arqueólogos, Wagner procurou deixar de lado a parte cientificas, e trouxe aquela que mostrava o que se passava na realidade. Ele exclui a objetividade da fotografia em situações em que ela deve ser.

Em seu livro mais recente, Xicrin, conta que ousou na manipulação das imagens e pode fazer da fotografia não como uma representação fiel do objeto, mas que poderia passar uma informação.

Wagner encerra dizendo que a fotografia pode se tornar um símbolo e não apenas uma representação do que é fotografado, “se trata de uma fotografia de um objeto e não uma foto de um objeto”.

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