terça-feira, 21 de junho de 2011

Um correspondente no Brasil

Beatriz Montesanti                                                                     bmontesanti@gmail.com

O lide de uma notícia do jornal de hoje inicia:

PSDB e DEM participaram nesta segunda-feira de um ato de demonstração de união entre os dois partidos, abalada nos últimos meses pela criação do PSD, legenda comandada pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, que tem atraído políticos dos dois partidos.

Embora seja uma notícia atualíssima, não há grandes novidades: utiliza-se uma estrutura padrão para um assunto da rotina nacional política. No entanto, imagine escrever sobre o mesmo acontecimento com este diferencial: seu leitor não sabe o que é PSBD, DEM ou sequer Gilberto Kassab. Ainda, sabe apenas vagamente o histórico político brasileiro.

Esse é o trabalho de Todd Benson, da Thomson Reuters. Com um português fluente e uma bagagem mais que satisfatória do quadro político-social brasileiro, o jornalista deve escrever tudo o que sabe para quem nada sabe: o público internacional. “Em tragédias humanas, a cobertura é muito similar. Já em política a quantidade de contexto que você precisa colocar é bem maior”, explica o jornalista.

Segundo Todd, o trabalho de um correspondente não é exatamente como se imagina: “Tem-se a imagem de uma vida muito glamorosa, divertida, porém o foco das notícias no mundo é cada vez mais econômico. Nossa rotina é quase a mesma de um trade financeiro”. Ao mesmo tempo, há também o lado mais elaborado, no qual o jornalista pode trabalhar em reportagens especiais: “É o motivo pelo qual gostamos de jornalismo, por isso todos procuram tempo para fazer essas coisas”.

O americano também comentou sobre cobertura internacional em áreas de conflito. Embora nunca tenha sido enviado para uma zona nevrálgica, participou de um curso de treinamento de uma semana, fornecido pela Reuters: “Como se proteger em situações de guerra e protesto”. Ali foi recomendado a nunca andar sozinho, usar sempre colete a prova de balas e atualizar os editores constantemente.

A preocupação com a segurança dos repórteres é cada vez maior, a ponto de haver uma série de editores gabaritados cujo trabalho não esta relacionado com a produção da notícia em si, mas sim em certificarem-se de que os procedimentos certos são realizados e por onde andam seus funcionários.

sábado, 11 de junho de 2011

“Ler um bom texto é um dos prazeres da vida”

Por Patrícia Beloni                                                                                                           pat.beloni@gmail.comDSC_0664

A feição séria de José Hamilton Ribeiro foi só aparência. O jornalista deu um tom bem humorado à última palestra do ciclo de apresentações do evento “Histórias que se contam: O jornalismo em grandes reportagens”. O professor e chefe do departamento de jornalismo, José Coelho Sobrinho, apresentou o paulista, “alma do Globo Rural” e autor de 17 livros, entre eles “O gosto da guerra”.

Zé preparou a palestra e trouxe até um texto de apoio para não se perder. O exercícío da reportagem, iniciou ele, é diferente do jornalismo diário. Traz consigo um pouco de profundidade, pesquisa e maturação de imprensa. Citou e criticou diversos jornalistas, como Rubem Braga e Joel Silveira, e analteceu a escrita de Manuel Bandeira. Para Hamilton, ser jornalista de grandes reportagens exige vocação e formação.

Com um exemplo bem clássico da área de exatas, o repórter que ministrou aulas na faculdade Cásper Líbero ensinou a fórmula da grande reportagem para os ouvintes do evento: GR=[(BC + BF)] x [(T x T')n].Traduzindo, uma grande reportagem é fruto de um bom começo, com um bom final, combinado com muito trabalho e talento, de acordo com a energia necessária.

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O esforço para alcançar o resultado dessa fórmula também vem da consciência da profissão competitiva e o mercado restrito, limitado, o que faz com que o jornalista tenha que se dedicar e desenvolver suas habilidades. José Hamilton fala também do encanto do final. Tem que ser reservado alguma coisa interessante para encerrar o texto com “aquele gostinho de quero mais”.

Durante as dicas, o Zé foi contando alguns episódios curiosos de sua vida, como quando fez a cobertura da Guerra no Vietnã e teve a perna esquerda amputada, e algumas experiências como correspondente de guerra. “Os correspondentes de guerra são membros de um tribo infeliz. Não conhece ninguém, e tem que lutar por um furo contra os próprios colegas de trabalho”, desabafa o repórter.DSC_0696

Aos 75 anos, o jornalista, que foi repórter da “Revista Realidade”, do jornal “Folha de São Paulo”, do “Fantástico” e do “Globo Repórter”, se mostrou disposto e engraçado. Ele destacou ainda a importância da dimensão humana que deve ser dada nas abordagens de uma grande reportagem e da diferença que faz os personagens e suas histórias. No final da palestra, deu autógrafos e também tirou fotos.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

O Jornalismo de Guerra e os riscos da profissão

João Vasconcelos                                                                                                                              jvascon.oliveira@gmail.com

Esportes. Música. Política. Muitos são os campos de atuação em que um jornalista pode escolher trabalhar, mas poucos são aqueles que decidem por especializar-se no perigoso ramo do jornalismo de guerra. “Não é algo para que se envia uma pessoa. Você convida”. É o que diz Sérgio Dávila, que cobriu a Guerra do Iraque para a Folha de São Paulo, em palestra sobre o tema no evento “Histórias que se contam: o jornalismo em grandes reportagens”.

O jornalista começou a conversa contando como foi parar na área. Correspondente da Folha em Nova York, foi o único brasileiro a cobrir, no jornal impresso, os ataques às torres gêmeas no 11 de Setembro. “Isso me credenciava a ser convidado para a guerra do Iraque”.

Falando sobre os aspectos do jornalismo de guerra, o palestrante diz que este deve ser como o jornalismo de outras áreas: imparcial, objetivo, analítico. Porém, enfatiza os inegáveis riscos fatais associados à profissão. “A diferença é uma só: o risco de morrer no final do trabalho é grande”. Por conta disso, destacou a existência de cursos de segurança que preparam repórteres de guerra, ensinando-os, por exemplo, como reagir em um cenário de explosões, ou a planejar rotas de fuga.

Segundo Dávila, 16 dos 120 jornalistas que estiveram em Bagdá na guerra do Iraque morreram. Perguntado sobre a experiência de lidar com a morte dos civis, falou ser algo difícil, que se vivencia diariamente, mas que o jornalista deve ter frieza para exercer seu trabalho. “O que a gente tinha que fazer era aprender a lidar com isso em nome de contar a boa história”. Para ele, a morte de um companheiro de profissão atingia de maneira muito mais íntima.

Entrando um pouco mais a fundo na sua rotina em Bagdá, onde trabalhou ao lado do fotógrafo Juca Varella, Dávila falou sobre as várias dificuldades que encontravam. “Tentamos criar uma rotina no caos”, disse, acrescentando que “todo dia alguma coisa nova dificultava”. A preferência de fontes eram as não oficiais, o povo iraquiano, o que rendeu o livro A guerra segundo os bombardeados, escrito pelo jornalista.

Apesar dos riscos, o palestrante destaca, ao ser perguntado se sua perspectiva de jornalismo havia mudado, a importância que a experiência teve em sua carreira. “Fui para lá um jornalista e voltei outro”. Segundo ele, a guerra é “um ambiente de superjornalismo, onde tudo é levado ao extremo”.

Para os jornalistas em formação que se interessam por este ramo, Dávila recomenda, primeiramente, que se adquira experiência em editorias internacionais e, posteriormente, busque-se trabalhar como correspondente em pelo menos dois países, para só então se entrar no campo do jornalismo de guerra. “Antes disso, acho que é prematuro e perigoso”.

Perfil Jornalístico: o diferente na multidão

Larissa Teixeira                                                                                                                     laari.teixeira@gmail.com

Vivemos em um tempo tecnológico, do superconsumo e da superprodução, em que parecer ser é cada vez mais importante do que ser.  Isso afeta a individualidade de cada um e, assim, fica muito difícil se destacar na coletividade. Para Sergio Vilas-Boas, mestre e doutor pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, nosso tempo tem a singularidade de valorizar a individualidade ao mesmo tempo em que a nega. Somos todos preparados para representarmos personagens criados por nós mesmos, o que torna a vida do dia a dia extremamente ficcional.

O jornalista esteve presente no segundo dia do ciclo de palestras “História que se contam: o jornalismo em grandes reportagens”,para falar sobre “Perfil Jornalístico”, seu modo de lidar com as individualidades e a melhor maneira de escolher seu protagonista.

Primeiramente, Vilas-Boas caracteriza o perfil como um gênero sobrevivo: "Uma das melhores coisas no perfil é que o autor pode se relacionar com o personagem que ele escolheu." Para ele, uma pessoa não é um personagem em si - ela só tem importância porque alguém a escolheu. E para escolhê-la, é preciso eliminar certas dicotomias falsas: o conhecido x desconhecido, o comum x incomum. O critério de seleção é único: buscar, pesquisar e observar pessoas que agem diferentemente da multidão. “Sempre existiram pessoas que escolheram não seguir a manada, mas hoje isso não é incentivado”.

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Ele acredita que o autor e o personagem trabalham num processo conjunto de construção do perfil. "O que eu escrevo sobre alguém é também sobre mim", comenta. Assim, todo texto biográfico é também autobiográfico e o retrato nunca será 100% natural e espontâneo, já que a reflexão do autor também é fundamental para um bom perfil jornalístico. O autor não deve jamais idealizar seu protagonista, e sim utilizar elementos humanizadores, ao mesmo tempo em que evidencia sua singularidade.
Para finalizar, Vilas-Boas dá dicas de como fazer um perfil jornalístico em cinco passos:

1. Pesquisas e busca de conhecimento de fundo

2. Conversações e diálogos: suas com o protagonista, com as pessoas próximas e consigo mesmo

3. Movimentações: movimentar-se com o personagem central é decisivo - é preciso convidar a pessoa a trocar de espaços para que você tenha episódios do presente balanceados com episódios do passado

4. Observações: o que você abstrai a partir da linguagem verbal e não verbal

5. Reflexões: suas e do próprio personagem.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Jornalismo literário: uma visão subjetiva do acontecimento

DSC00323Lucas Tomazelli                                          lucastomazelli@gmail.com

O jornalismo noticioso, objetivo e linear, é conhecido por todos. Trata-se de uma forma consagrada de informar ao redor do mundo todo. Porém, a prática jornalística mostra-se ampla, dando espaço a outras vertentes do jornalismo, como o jornalismo literário. Edvaldo Pereira Lima, autor de grandes obras relacionadas ao viés literário do jornalismo e ex-professor da Escola de Comunicação e Artes (ECA-USP), acredita que o jornalismo literário tem potencial para crescer no mundo todo, inclusive no Brasil.

Palestrante do evento "Histórias que se contam: o jornalismo em grandes reportagens", realizado na cidade universitária de São Paulo, Edvaldo acredita que existem "os jornalismos", ou seja, há espaço para que ocorram diferentes retratações da realidade na grande mídia. O palestrante fez questão de frisar que o jornalismo literário não usa da ficção como artíficio para sua prática. Ao contrário, este, por ser jornalismo, pressupõe um compromisso com a realidade. E, por ser literário, possui mais requinte, informando e sendo mais fácil de ser lido.

Durante a palestra, Edvaldo expôs as diferenças existentes entre o chamado jornalismo noticioso e o jornalismo literário. Ressaltou, também, a realidade mais integral e complexa que o jornalismo literário procura abranger em sua prática, valorizando o cotidiano e proporcionando ao leitor uma visão subjetiva do acontecimento. Portanto, segundo ele, o jornalismo literário não transmite apenas uma nóticia ao leitor e sim, uma experiência da realidade, algo mais emocional e simbólico, que é marcante aos olhos de quem lê.

Quanto ao trabalho de quem atua nessa área, Edvaldo afirma que o repórter não é apenas um transmissor de mensagens, mas sim, um autor, que vive um pouco do mundo das pessoas sobre as quais vai escrever, mergulha na realidade e amplia sua perpepção. Os métodos são diferentes, não ficam restritos às técnicas clássicas, são variados, produzindo um texto dinâmico com variação de recursos narrativos, os quais proporcionam intensidade ao acontecimento relatado. Além disso, as pessoas retratadas nessa vertente jornalísitica são personagens da obra, seres ativos. Já no jornalismo convencional, as pessoas são tratadas apenas como fontes de informações, não atuam substancialmente.

Edvaldo Pereira Lima, além de ser professor é co-fundador da Academia Brasileira de Jornalismo Literário (www.abjl.org.br), que pretende fomentar o ensino e expandir a prática literária do jornalismo no país. O palestrante ainda falou sobre as origens e os livros ("Páginas ampliadas: O livro-reportagem como extensão do jornalismo e da literatura" e "Jornalismo literário para iniciantes”) que escreveu sobre o assunto. Por fim, indicou um site como referência para quem procura ler mais obras da vertente literária (www.textovivo.com.br).

Ricardo Kotscho defende uma maior invetigação dos fatos

Jaqueline Mafra

Grandes matérias publicadas fizeram de Ricardo Kotscho um dos maiores jornalistas brasileiros. Tendo vivido parte da sua vida na rua atrás de notícias, o jornalista revela no evento "Histórias que se contam: jornalismo em grandes reportagens" realizado pela empresa Jornalismo Júnior da Escola de Comunicações e Artes - USP, sobre o verdadeiro diferencial da profissão.

Kotscho começa afirmando que a natureza do jornalismo não mudou. A essência do jornalista é informar, dar o furo, falar aquilo que seu concorrente não sabe. "Não basta apenas sair na rua e sujar a a sola do sapato", diz o jornalista para explicar que o repórter deve ir à rua e apurar a informação, pois o grande diferencial é essa vontade de sair atrás da notícia. Afirma que a única coisa capaz de salvar a imprensa é a competência de ir atrás daquilo do que ainda não foi dito. O conteúdo é o que faz a diferença e não importa a plataforma de informação onde será divulgado, seja na mídia impressa, televisão ou internet.

O Jornalista diz que ninguém sai na rua para fazer uma grande reportagem, mas para fazer uma matéria. Ao contrário do jornalismo declaratório, o repórter tem o dever em apurar, entrevistar as fontes e ver o que acontece ao redor. Isso poderá resultar em uma nova pauta. Para exemplificar, comenta a vez em que foi entrevistar Roberto Carlos. A conversa não rendia muito, pois Kotscho estava usando um terno marrom e o cantor não gosta da cor, por acreditar que não dá sorte. Sem conteúdo para a matéria, o jornalista usou dessa situação para ser o início do seu texto e fazer um relato de como era a relação de Roberto Carlos e as pessoas da sua equipe.

Ricardo também faz uma distinção entre o leitor de antigamente e o atual. O de hoje decide o que quer ler e sobre o que quer se informar. Os jornalistas não são mais os formadores de opinião. Todos são capazes de ter a própria opinião e, portanto, não se pode querer enganar o leitor. Assim, todo jornalista tem que ter comprometimento com o público: "O jornalista deve ter algum compromisso com a sociedade que faça com que você se encaixe nessa profissão."

Nem todo mundo tem a capacidade em assumir esse compromisso, segundo Kotscho. O importante é ser honesto na profissão, poder brigar com todos, mas não com os fatos. "Não existe neutralidade. As grandes mídias têm seus interesses, mas o limite é o fato", afirma o jornalista.

Ricardo Kotscho comenta que lançará um livro com seleções de crônicas do seu blog Balaio do Kotscho, chamado Vida que segue e da proposta de um programa da Record com o formato do Manhattan Connection que terá o nome de Brasileiros.

terça-feira, 7 de junho de 2011

[Evento] Histórias que se contam: o jornalismo em grandes reportagens - teaser



José Hamilton Ribeiro e sua Realidade

Por Paula Peres

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José Hamilton Ribeiro nasceu em 29 de agosto de 1935, na cidade de Santa Rosa do Viterbo, interior de São Paulo. Iniciou o curso de jornalismo na Faculdade Cásper Líbero, mas no penúltimo ano do curso foi convidado a deixar a faculdade por ter participado de uma greve de estudantes. Ironicamente, 19 anos depois, voltou à faculdade como parte do corpo docente. É formado em direito pela Universidade de Uberaba.

Seus mais de 50 anos de carreira lhe renderam sete prêmios Esso de Reportagem, Personalidade da Comunicação e o título de ‘Rosto do Jornalismo brasileiro’ da Revista Ícaro. Considerado um dos maiores nomes na correspondência de guerra, a profissão parece mesmo ser sua vocação: Se eu fosse fazer outra coisa, na certa não seria feliz.”, afirma em entrevista dada à Associação Brasileira de Imprensa, no ano de 2005.

Em 1968, cobrindo a Guerra do Vietnã, embrenhou-se pelas matas do país com o fotógrafo japonês Keisaburo Shimamoto e acabou sofrendo um acidente: uma mina terrestre lhe amputou a perna esquerda. No livro “O gosto da guerra”, José Hamilton relata de maneira intensa e emocionante o drama por ele vivido.

O jornalista fechará o ciclo de apresentações do evento “Histórias que se contam: O jornalismo em grandes reportagens” autografando o livro “Realidade Re-vista”, de autoria própria e de seu amigo José Carlos Marão. O livro reproduz algumas das principais reportagens publicadas na revista, entre os anos de 1968 e 1969, época considerada o auge da publicação, que encerrou suas atividades no ano de 1976.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Sérgio Dávila: Jornalismo de Guerra

Roberta Barbieri

Sergio Davilla

O segundo dia do evento Histórias que se contam: o jornalismo em grandes reportagens terá a presença do jornalista Sérgio Dávila, que dará a segunda palestra. Atualmente, ele é editor executivo do Jornal Folha de São Paulo, mas nesse mesmo veículo já foi correspondente em Washington, editor da Ilustrada e colunista da “Revista da Folha”. Além disso, já trabalhou nas revistas “Veja SP” e “Playboy” e como comentarista internacional do telejornal “SBT Brasil”. Também foi crítico de cinema e cobriu 4 vezes o Oscar.

No entanto, sua especialidade é o Jornalismo de Guerra, tema de sua palestra. Entre os anos de 2000 e 2003, Dávila foi correspondente da Folha em Nova York e cobriu o atentado terrorista de 11 de setembro. Com isso escreveu o livro "Nova York - Antes e Depois do Atentado", no qual ele escreve o cotidiano da cidade antes do atentado e as mudanças que ocorreram depois dele, como trabalho dos bombeiros e o clima de pânico que pairou sobre a cidade.

Além disso, Sérgio Dávila foi o único repórter brasileiro a cobrir a Guerra do Iraque em Bagdá, junto com o fotógrafo Juca Varella. Depois dessa experiência ele escreveu o livro "Diário de Bagdá - A Guerra do Iraque Segundo os Bombardeados" que é em formato de um diário e narra os principais fatos vividos por ele durante essa cobertura.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Perfil jornalístico: Sergio Vilas-Boas

por Caroline MonteiroSergio Vilas-Boas

Sergio Vilas-Boas é considerado um dos maiores especialistas em narrativas biográficas. Mestre e doutor pela ECA/USP, o jornalista trabalhou em jornais durante dez anos e colaborou com a fundação da Academia Brasileira de Jornalismo Literário (ABJL). Também é professor e já escreveu vários livros sobre biografias e perfis, como “Biografismo – Reflexões sobre as escritas da vida”, onde investiga e reflete sobre esse tipo de jornalismo, e “Perfis – E como escrevê-los”, que contém doze perfis de escritores renomados. Seu romance “Os Estrangeiros do trem N” foi premiado com o Jabuti (o mais importante prêmio literário do Brasil).

Em entrevista para o blog Digestivo Cultural, em 2008, Vilas-Boas disse que a revista Realidade “foi a melhor experiência brasileira de imitação do New Journalim norte-americano”, gênero jornalístico que tem como característica principal a mistura entre a narrativa literária e a jornalística.

O jornalista e escritor estará presente no 2º dia do evento “História que se contam: o jornalismo em grandes reportagens”, falando sobre Perfil Jornalístico.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Jornalismo Literário: Edvaldo Pereira Lima

por Luísa Granato

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A segunda palestra no primeiro dia do evento Histórias que se contam: o jornalismo em grandes reportagens será de Edvaldo Pereira Lima, formado em Jornalismo e Turismo com mestrado e doutorado em Ciências da Comunicação. Sua principal atuação é em jornalismo, literatura da realidade, livro-reportagem e jornalismo literário.
Esse último é tema de sua palestra. Ele é autor de diversos livros sobre o assunto, como Páginas ampliadas: O livro-reportagem como extensão do jornalismo e da literatura, O que é livro-reportagem e Jornalismo literário para iniciantes, no qual ele aborda a adaptação das técnicas narrativas da ficção para o registro do acontecimento.

O jornalismo literário é uma forma mais humanizada de aprofundar uma reportagem, mostrando o ponto de vista mais pessoal e critico sobre a realidade. Um exemplo de livro-reportagem é Ayrton Senna: Herói de um novo tempo, também escrito pelo palestrante. Ele analisa em dois volumes não somente sua trajetória no esporte, mas sua simbologia para a sociedade e seu legado. O vinculo criado pela admiração do herói em brasileiros e estrangeiros é contado unindo história de pessoas comuns com a de Ayrton e de seu instituto, um projeto social que beneficia milhões de jovens a cada ano.

Edvaldo Pereira Lima já lecionou na Escola de Comunicação e Artes (ECA-USP), além de ser professor e co-fundador da Academia Brasileira de Jornalismo Literário. O objetivo da ABJL é promover o avanço e ensino do Jornalismo Literário no país. Por meio de cursos, a academia contribui para a melhor produção do gênero na imprensa brasileira, pois eles acreditam na evolução do jornalismo brasileiro por meio dessa fusão entre a narrativa e o jornalismo.