segunda-feira, 19 de julho de 2010

[Independente] Abordagem diferente


Por Augusto Braz
augustopbraz@gmail.com

Para comparar as diferenças entre as abordagens feitas pelos veículos midiáticos de grande porte e os alternativos, analisaremos matérias publicadas nos sites da editora Abril, e da revista Caros Amigos – em 30/06/2010 – sobre o lançamento da candidatura de Plínio Arruda pelo PSOL, respectivamente “PSOL lança candidatura de Plínio e negocia indicação de vice” e “PSOL lança Plínio Sampaio para presidente”.

Primeiramente, nota-se que a revista Caros Amigos dá maior importância ao fato, apresentado na home page da revista, entre as principais notícias. Para localizar o fato no site de notícias da Abril, foi necessário realizar uma busca – isso ocorre também pela quantidade muito maior de notícias publicada por esse veículo.

O foco da notícia divulgada pela Abril é a escolha do vice e a possível coligação entre PSOL e PCB – pouco se fala sobre Plínio Arruda e muito menos sobre sua ideologia. Por outro lado, a Caros Amigos detalha a convenção nacional do PSOL na qual foi homologada a candidatura de Arruda, citando quem esteve presente – e depoimentos dessas pessoas acerca do candidato – e quem se ausentou.

Muito mais completa, a matéria de Débora Prado (Caros Amigos) fala das propostas e convicções de Arruda. Há um espaço para o pensamento do candidato nas páginas desse tipo de revista que não se encontra em veículos midiáticos de maior porte – como a editora Abril e suas diversas publicações.

Segundo a Abril, ao confirmar a candidatura de Arruda, o partido destacou “necessidade de se fazer um contraponto ao PT e ao PSDB”. De acordo com a Caros Amigos, a lista de candidatos aos quais Plínio se opõe não se restringe somente àqueles pertencentes aos maiores partidos – inclui Marina Silva, do Partido Verde, que, segundo Plínio, faria parte da “continuidade do que está estabelecido no Brasil hoje”.

Observando as diferenças entres esses relatos e as manchetes dos grandes jornais e revistas brasileiros, percebemos que há muito pouca informação sobre candidatos “menores” divulgada nesses veiculos. Esse tipo de negligência nos dá a impressão de que a imprensa encara a eleição presidencial como um plebiscito. Há mais do que duas opções de voto, e o povo precisa saber o que propõe e pensa cada um dos candidatos, para que possa decidir acertadamente em quem vai votar.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

[Independente] Jornalismo Comunitário


Por Augusto Braz
augustopbraz@gmail.com

No Brasil, assim como em diversos outros países, a constituição garante o direito à liberdade de expressão. Mas a grande concentração de nossos meios de comunicação não dá espaço para a participação popular e a propagação do pensamento do público.

A grande mídia – os principais veículos de informação do país, como a Folha de São Paulo, o Estadão e a TV Globo – não abrange os acontecimentos das pequenas comunidades, que ficam excluídas e precisam de veículos para se comunicar. Uma boa opção é o jornalismo comunitário. Ele permite a participação de pessoas tradicionalmente excluídas da atividade informativa. Outra coisa: o jornal de uma comunidade defende os interesses dela, que dificilmente seriam defendidos por um grande veículo.

Jornalismo comunitário dá abertura para aqueles que não tem condição financeira de consumir informação e menos ainda de divulgar aquilo que pensam ou a situação do lugar em que vivem.

Um projeto interessante nessa área é o da ONG Papel Jornal, que atua no Jardim Ângela capacitando jovens a produzir material jornalístico sobre a periferia a partir do olhar de quem mora na região.

O jornalismo comunitário é uma ferramenta potencial para a democratização da comunicação no Brasil. A inclusão da população no processo informativo é essencial para o exercício pleno dos direitos dos brasileiros.