sexta-feira, 26 de março de 2010

Pedagogia da imagem

Lucas Rodrigues

l.mariano.rodrigues@gmail.com

A função pedagógica da imagem foi o tema da apresentação de Fábio Bosquê, diretor de arte do Almanaque Abril e do Guia do Estudante, na palestra “Jornalismo& Imagem”. Fábio contou que a função didática das publicações onde trabalha é o parâmetro principal para a escolha das fotografias e infográficos das páginas. Para ele, tudo “tem que ser claro, objetivo e direto”.

Segundo Bosquê, “as fotos e as imagens ajudam a construir relações”. Por isso, explicou que procura sempre estabelecer um diálogo entre a fotografia e o texto, a fim de melhor passar a informação. Para isso, disse que busca fotos marcantes, que tenham muito significado e que funcionem como representação imagética do conteúdo escrito.

Sobre o papel do jornalista nessa nova situação da comunicação, afirmou que acredita muito na necessidade de desenvolvimento desse tipo de habilidade por parte dos profissionais. De acordo com ele, é muito importante “exercitar esse raciocínio visual”, pois a infografia é uma linguagem que está ganhando muito espaço, e não podemos ficar alheios a esse fato. “Hoje a gente tem que ter uma cabeça de editor. Tem que pensar o conjunto”, completou.

terça-feira, 23 de março de 2010

Imagem, texto e emoção

Lucas Rodrigues

l.mariano.rodrigues@gmail.com

Além de informar, a infografia deve também emocionar o leitor. É o que contou Luiz Iria, diretor do núcleo de infografia das revistas da Editora Abril, na palestra “Jornalismo& Imagem”. Disse ainda que, muito mais do que a união entre arte e texto, o infográfico tem que ter certo impacto visual, e trazer movimento e ação para as páginas das publicações.

Para ilustrar a sua apresentação, Iria deu o exemplo de um infográfico sobre a evolução do futebol, abordando temas como uniforme, chuteira, bola, preparação física e estádio. Segundo ele, o primeiro passo é definir o estilo das ilustrações, que no caso, foi o realista. Depois disso, inicia-se a fase dos rabiscos e esboços, e o que virá a ser o trabalho final começa a tomar forma. Com a parte visual pronta, explicou que a última tarefa é ligar as imagens com as legendas e blocos de texto.

Iria listou, também, os vários recursos utilizados para se fazer um infográfico, como os cortes (para explicar o que acontece dentro de um vulcão, por exemplo), as cores, o “raio-x”, as setas, os gráficos etc. Além disso, disse que, em várias vezes, o humor é muito útil para passar uma informação de forma diferente. “Dependendo da pauta e do tema, a gente procura passar de uma forma divertida”, afirmou.

O profissional da informação

Raissa Pascoal

raissapascoal@gmail.com

Como se casa imagem com texto? Talvez essa seja uma pergunta que muitos leitores se fazem; mas hoje, para um jornalista, ela deveria ser central. Alessandra Kalko, designer da revista Women’s Health da Editora Abril, diz que “jornalistas têm que pensar que são profissionais da informação”. E imagens são parte desse trabalho.

Fotos, infográficos, desenhos, montagens são recursos gráficos que ajudam o profissional a uma contar uma história para alguém. “Você vai ser o filtro entre o leitor e a informação”, diz Alessandra. Por essa razão, além de escrever seu texto, o jornalista deve pensar em como fazer a informação ser entendida por seu leitor. “O que você precisa saber é editar informação. Tem que saber qual é o ponto principal da história”.

Para isso, ele deve “perder o medo do papel e da caneta” e esboçar também imagens que poderiam completar a escrita. Caso não seja ele que realize a ilustração, o designer ou ilustrador já saberão o que fazer.

Além disso, a ilustração deve ser pensada também para o público. “Temos que pensar para que e para quem eu estou fazendo”. O universo do público, as referências que serão utilizadas e tom de voz são elementos que integram a elaboração da imagem. Depois de tudo pensado e esboçado, a elaboração é muito mais simples.

Jornalismo & Imagem

 

O Ciclo de Palestras Jornalismo & continua. Hoje, Jornalismo & Imagem, acontece às 14h no Auditório Freitas Nobre (CJE-ECA).

Os convidados desta vez são Alessandra Kalko, da Women’s Health, Fábio Bosquê, do Almanaque Abril e Guia do estudante, e Luiz Iria, da SuperInteressante.

Acompanhe a cobertura aqui no blog e no twitter.

E-flyer Jornalismo & Imagem

quarta-feira, 17 de março de 2010

Formação e emprego

Raissa Pascoal

raissapascoal@gmail.com

O que um bom repórter tem de diferente? “Repórter bom não é investir em ser crítico, é investir em ser bom repórter”, diz João Gabriel de Lima.

A formação dos repórteres de jornalismo cultural foi lembrada na palestra Jornalismo& Cultura. “Eu acho que uma formação técnica não é estritamente necessária. Você precisa ter uma cultura sólida, você precisa conhecer o assunto”, segundo Thiago Ney. O segredo é ter cultura e conhecimento amplos. O jornalista curioso tem vontade de saber, de conhecer. Esse é o perfil de um bom jornalista.

DSC_0004“Quando tiver um curso sobre o que você cobre, vale a pena ir. São duas coisas que se complementam”, de acordo com João.
Mas formação é sinônimo de garantia de emprego? Como em muitas carreiras, o início pode ser difícil, mas estar bem preparado é uma chance de crescer.

João apresentou duas respostas para a pergunta. “Tenho uma resposta de presente uma resposta de futuro”. Hoje, existem menos revistas na área cultural que pagam salários compatíveis com os salários de mercado. “Se você se formar hoje, tem mais chance de trabalhar numa revista de jornalismo econômico, por exemplo”.

Por outro lado, o mercado de cultura está crescendo. João diz a tendência é de as equipes de jornalismo cultural crescerem para suprir a demanda do produto. Dessa maneira, as chances na área cultural crescem e os escolhidos serão os conhecedores dos assuntos das artes.

O jornalista e o jabá

Raissa Pascoal

raissapascoal@gmail.com

DSC_0025“O que é o jabá? No jargão é aquilo que a gente recebe de assessorias, presentes de fim de ano de gravadoras. Às vezes a gravadora manda um disco cheio de brindezinho”. Thiago Ney, do caderno Ilustrada da Folha de S. Paulo, acha tudo isso uma perda de dinheiro. “O cara acha que você vai falar melhor do disco porque ganhou um pendrive”.

Na prática, não é isso que acontece. Mas existem jornalistas e jornalistas. ”O maior problema é aquele que fala bem por amizade. Esse é um problema que até existe, mas questão de jabá assim [de presentes] é uma questão de bom senso”.

João Gabriel de Lima, redator chefe da Bravo!,  conta um caso do assunto. O livro-reportagem Hit man foi lançado nos Estados Unidos sobre jabá. O texto fala como as gravadoras davam dinheiro para as emissoras de rádio para tocarem suas músicas. “Isso aconteceu com o Pink Floyd, no final dos anos 70. A Sony resolveu fazer uma experiência: não DSC_0012pagar jabá. Queria ver se as emissoras não tocariam a músicas do cd mais esperado do ano. O que aconteceu é que ninguém tocou a música do disco”.

Com o passar do tempo e a constatação de que “hoje as gravadoras são muito mais pobres que antigamente”, fica claro que essa já não é uma prática comum. Além do mais, mesmo com os presentes, a função do jornalismo cultural não é divulgar. “A função do jornalismo cultural não é promover. Se o cara quer promover, paga pela publicidade”, lembra Thiago.

Cultura em muitos meios

Lucas Rodrigues

l.mariano.rodrigues@gmail.com

A popularização das novas mídias transformou o jornalismo em uma competição de conteúdos. É o que conta João Gabriel de Lima, redator chefe da revista Bravo!, e Thiago Ney, repórter do caderno Ilustrada, da Folha de S. Paulo, na palestra Jornalismo& Cultura, organizada pela J. Júnior.

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Segundo João, hoje o leitor tem acesso a muitas informações, entre elas, sobre o conteúdo cultural, o que provocou uma mudança no aspecto das publicações. Ele cita o exemplo da New Yorker, referência no estilo de jornalismo literário. Nos anos 80, a revista sofreu uma decaída devido à ascensão do modelo hard news do USA Today, de Rupert Murdoch.

Com isso, a revista passou a abordar o assunto de uma forma diferente, se voltando para um público específico, o que se tornou uma tendência para todas as outras publicações do gênero posteriores. "O leitor volta a ter uma expectativa no jornalismo como o local onde ele encontra não o serviço, mas a análise, a autoria", afirma o editor.

Para Thiago, além dos periódicos, também os novos profissionais tiveram que se adaptar. “É muito importante saber se desdobrar em vários meios. Hoje não basta saber escrever bem, tem que ter a ‘manha’ de fazer um podcast, por exemplo". Além disso, acredita que o papel do jornalista cultural não é apenas escrever críticas e emitir opiniões – o que, para ele, todo mundo faz -, mas também deve atuar como um filtro sobre tudo aquilo que é produzido, e ser capaz de discutir questões sobre política cultural, como leis de incentivo.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Jornalismo & Cultura

Jornalismo & Cultura, marcado para dia 17/03, às 14h, no Auditório Lupe Cotrim (CCA-ECA), visa explorar os meandros do jornalismo cultural.

Os convidados são Thiago Ney, crítico de música da Folha de São Paulo, e João Gabriel de Lima, redator chefe da revista Bravo!.

Thiago Ney começou a escrever sobre música em 2001, no caderno Ilustrada da Folha de S. Paulo. Antes disso, trabalhou no Jornal Notícias Populares. Academicamente, cursou Administração de Empresas e Tecnologia em Mídias Digitais, ambos pela PUC-SP: “O primeiro curso eu tranquei; para o segundo ainda tenho que entregar um trabalho no final deste ano”. Além da Ilustrada, seus textos podem ser lidos no blog Ilustrada no Pop, mantido com o companheiro de redação Marco Aurélio Canônico.

João Gabriel de Lima acredita que uma redação “está entre os ambientes de trabalho mais legais e dinâmicos que existem”. E fala disso com a segurança de quem atua no meio já há 26 anos. Formado em Jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP, Gabriel de Lima já foi repórter da Folha de São Paulo, free-lancer da revista Placar e editor especial de Veja. Além de jornalista, é também escritor, tendo publicado O Burlador de Sevilha e Carnaval.

Durante a palestra, os dois falarão de suas experiências profissionais e sobre o jornalismo cultural no Brasil.

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quarta-feira, 10 de março de 2010

Passo a passo da Assessoria

Raissa Pascoal
raissapascoal@gmail.com

O trabalho do assessor de imprensa não se resume apenas à produção de releases. Um bom profissional é aquele que está informado sobre seu cliente e que planeja seu trabalho.

O primeiro passo, segundo Lúcia Nunes, é o plano de comunicação. “É sentar com a empresa para entender o que ela faz”. É necessário saber todos os processos do cliente, seu público e seus objetivos no ano. Após uma reunião como essa, o assessor deve montar planos: de mídia (para qual meio de comunicação vai mandar o release) e de crise (caso haja algum episódio negativo para empresa).

Depois de juntar essas informações, chega a hora de começar a divulgar as notícias. Lúcia adverte que a melhor forma de mandar um release via e-mail é direcioná-lo a uma pessoa específica. “Perco tempo, mas faço uma coisa nominal”. Além disso, o assunto do e-mail é o que atrai a atenção do jornalista. Nome da empresa, segmento que ela trabalha e local devem estar no título. A não colocação de anexos e colocação do seu contato no corpo do e-mail são outras dicas importantes.

O assessor deve lembrar que o trabalho dele não é publicidade. Os textos são notícias e não propagandas. “O trabalho do assessor é pulverizar a informação”, diz Lúcia. Ele também deve estar disposto a responder questões e acompanhar a publicação do material enviado para dar o retorno a seu cliente.

Mini-glossário de Assessoria de Imprensa

Raissa Pascoal
raissapascoal@gmail.com

Job, release, mailing, follow up, clipping, deadline. Os termos em inglês são recorrentes no vocabulário de um assessor de imprensa. Assim como em outras profissões, o Jornalismo tem seus jargões. Para trabalhar na área, o profissional deve saber o significado deles para não ficar para trás.

Job – é um trabalho que cabe ao assessor.

Release – é a notícia produzida pelo assessor sobre seu cliente.

Maling – lista de contatos com dados (nome, telefone e e-mail) de jornalistas.

Follow up – acompanhamento do recebimento do release pelos jornalistas.

Clipping – busca de tudo o que saiu do material enviado na mídia.

Deadline – prazo máximo.

Jornalista e assessor de imprensa

Raissa Pascoal
raissapascoal@gmail.com

Hoje, 85% dos assessores de imprensa são jornalistas. Porém, a antiga rixa entre jornalistas de redação e jornalistas assessores ainda existe, segundo Lúcia Nunes, diretora da agência LN Comunicação, na palestra Jornalismo & Comunicação. O que muda a relação entre esses dois profissionais é a qualidade do trabalho do assessor. “Se o assessor fizer um trabalho bem feito, torna-se um braço dentro da redação”, diz Lúcia.

A função da Assessoria de Imprensa é intermediar pessoas físicas ou jurídicas e a mídia. Produção de releases, treinamento de mídia e gestão de crises fazem parte do trabalho.

O que faz, no entanto, um bom assessor? Assim como jornalistas de redação, o assessor deve estar em dia com a leitura. Ele atende diversas áreas e, por essa razão, deve estar preparado para responder perguntas sobre seu cliente. “O jornalista precisa ler muito. O quê? Tudo.”, diz Lúcia. “Toda vez que você for atender um cliente, você precisa entender do assunto”.

Para aqueles que estão iniciando, Lúcia sugere trabalhar primeiro em redação e depois em assessoria. “O interessante é que você conheça bem o caminho da redação de um jornal”. Dessa forma, o assessor estará mais bem preparado para atender às expectativas de seus clientes.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Jornalismo & Comunicação

Jornalismo & Comunicação acontece no dia 10 de março, no auditório Freitas Nobre, CJE, às 17h.

A palestrante Lúcia Nunes é jornalista há 18 anos. Formada pela Universidade Metodista de São Paulo, já trabalhou em importantes veículos de comunicação, como o jornal Folha de S. Paulo e a Comcast Cable TV – maior TV a cabo do mundo. Nas áreas de comunicação corporativa e assessoria de imprensa, trabalhou na Eucatex e Elevadores Atlas. Atualmente é diretora da empresa LN Comunicação, da qual também é sócia-proprietária, localizada em São Bernardo do Campo.

Na palestra, Lúcia falará sobre Assessoria de Imprensa.

E-flyer Jornalismo & Comunicação

quarta-feira, 3 de março de 2010

Ciclo de Palestras Jornalismo &

O ano letivo começou e a J. Júnior tem um evento organizado para os calouros de Comunicação Social, principalmente de Jornalismo.

O Ciclo de Palestras Jornalismo & acontecerá nos meses de março e abril. Serão cinco palestras para abordar as várias vertentes da profissão. Comunicação, cultura, imagem, qualidade de vida e jornalismo são os temas.

A primeira delas acontece no dia 10 de março, às 17h, no Auditório Freitas Nobre do Departamento de Jornalismo e Editoração ECA-USP.

As palestras são abertas a todos os interessados. Não é necessário fazer inscrição.

Acompanhe a cobertura do evento aqui no blog e no twitter.

E-flyer Jornalismo &

Fotos da Apresentação do Departamento






terça-feira, 2 de março de 2010

Mídia Livre

Cinco empresas (e suas respectivas parceiras) concentram cerca de 90% da audiência no Brasil, segundo Venício Lima, em um artigo para o Observatório da Imprensa. Na palestra para os calouros de jornalismo da Escola de Comunicação e Artes da USP, Renato Rovai, editor da revista Fórum, diz que a tecnologia pode ajudar na mudança desse cenário. A web permite a construção de um jornalismo próprio, também chamado de mídia livre, que driblam essa concentração no espaço da comunicação.


As tecnologias de informação e as de telecomunicação estão entre os quinze setores de maiores fusões e aquisições no Brasil, entre 1994 e 2001, segundo uma matéria publicada no Estado de São Paulo, em 2002. Apesar dessas grandes fusões, o monopólio da informação foi perdido. Furos jornalísticos podem ser dados por um blog ou até pelo twitter (microjornalismo). Renato Rovai lembra da confusão que houve em torno da aluna da UNIBAN, Geyse Arruda – o furo foi dado inicialmente na internet.

O Editor da Fórum lembra ainda que se as grandes empresas recebem concessões e subsídios, “Por que não mandar esse capital para esse profissional independente?”, completa o jornalista.


Rovai indica ainda alguns livros para os futuros jornalistas:
Free (Grátis) – Chris Anderson
A Regra do Jogo – Cláudio Abramo
Caso da Escola Base: os abusos da Imprensa – Alex Ribeiro