terça-feira, 30 de junho de 2009

[Internacional] A copa do mundo é dos jornalistas

Yasmin Abdalla
yasmin.abdalla@gmail.com

Manual de cobertura: África do SulJohanesburgo


Apesar da Copa do Mundo de 2010 ainda estar longe de acontecer, preparativos em torno da África do Sul já estão sendo tomados. Principalmente quando se trata da cobertura internacional por parte dos variados jornais mundo a fora. Para um jornalista brasileiro que se interesse em cobrir o evento, é necessário não apenas saber sobre a parte esportiva, mas também pesquisar sobre a cultura africana e se informar sobre algumas questões práticas da viagem.

Segundo o Consulado Geral da África do Sul (para maiores informações veja o quadro abaixo) não há necessidade de visto para entrar no território. A relação entre Brasil e África do Sul é amistosa. A entrada de brasileiros no país é livre. Existem vôos diários entre São Paulo e Johanesburgo, pela South Africa Airlines.

Na Africa do Sul há vários idiomas oficiais. Cada grupo tribal africano (Zulu, Xhosa, etc..) tem a sua própria língua, hoje reconhecidas como oficiais. Já os brancos falam afrikaner, idioma parecido com o holandês. Todos falam inglês, que é a língua que garante a unidade nacional. Para a cobertura, é importante que o jornalista tenha o domínio da língua inglesa.

O país possui o melhor PIB da África. Sua atividade mais importante é o turismo. Recebe muitos turistas, e é um destino muito procurado para safáris fotográficos Há uma excelente estrutura turística. A única preocupação é com a violência. Segundo a ONU, Johanesburgo tem índices de criminalidades preocupantes, conseqüência da desigualdade existente, herança histórica do Apartheid (segregação racial que ocorreu no país por quase 50 anos).

A África do Sul está construindo atualmente cinco novos estádios de futebol em preparação para a Copa do Mundo de 2010. Será a primeira vez da história do país que a região terá estádios especialmente dedicados ao futebol. Sob o antigo governo do Apartheid os estádios eram construídos exclusivamente para o rugby e o críquete. Dentre eles o Ellis Park Stadium, com capacidade de 61.000 pessoas, mostrado na foto ao lado.

Estádio Ellis Park, em Johanesburgo

OUTRAS CURIOSIDADES
1. Qual cerveja beber?
Na hora da folga nada como uma cerveja gelada ao assistir um jogo apertado. A maior produtora de cerveja do país é a multinacional Breweries, que distribui seus produtos por várias partes do mundo. Vale a pena experimentar.

2. O que comer?
Com certeza alguém que vai à África do Sul vai experimentar a Papa, o principal acompanhamento da região. É feito de farinha de milho e água. Possui uma forma consistente e acompanha tudo, desde macarrão até frango.

3. Qual é a moeda local?
A unidade monetária sul-africana é o rand - que vale aproximadamente 0,7 centavos de dólar

4. Qual o fuso horário da África do Sul?
Na hora de ligar para o Brasil, atenção: a África do Sul está a 2 horas adiantada em relação ao Meridiano de Greenwich, logo, está 5 horas a frente do Brasil.

5. Quais são os cuidados médicos?
Na África do Sul há uma grande incidência de malária. Medidas como o uso de repelentes e de mosquiteiros são essenciais para se proteger contra o mosquito transmissor. Além disso, a vacinação contra a febre amarela é essencial para a entrada no país.


CONSULADO GERAL DA ÁFRICA DO SUL
Endereço:
Avenida Paulista, 1754 - 12o. Andar
Cerqueira César - São Paulo/SP
(próximo ao Masp/ Estação do Metrô Trianon-Masp)
Tel:
(11) 3265-0449
E-mail:
veronesea@foreign.gov.za
Horários:
Segunda a Sexta , das 9 às 12h
Atende as seguintes UFs: ES, PR, RJ, RS, SC e SP.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

[Internacional] Brasil no exterior

Beatriz Amendola
bia.amendola@gmail.com


"O Le Monde acha que o Lula é de esquerda, mas nós sabemos que não é verdade". Essa frase de João Batista Natali, ex-correspondente da Folha de S. Paulo em Paris, na palestra de Jornalismo Internacional ocorrida na última quinta-feira (28/05) levantou uma dúvida: como o Brasil é retratado no exterior? Para responder a essa pergunta, analisamos as notícias publicadas nos últimos 30 dias em três jornais de grande expressão internacional: The New York Times, The Guardian e El País.

The New York Times

O jornal nova-iorquino é o que, em quantidade, deu menos espaço ao País: o Brasil foi citado em apenas cinco matérias. Porém, as matérias são longas e refletem temas de relevância no cenário político e social brasileiro tais como os impactos dos problemas de saúde de Dilma Roussef na sucessão presidencial, as enchentes no nordeste e a CPI da Petrobras. Mesmo assim permanecem as idéias que associam o Brasil a violência, como na reportagem “Fearful Brazilians Keep Armored Car Sales Booming(Brasileiros temerosos mantêm vendas de carros blindados em alta, em tradução livre), em que o jornalista refere-se a São Paulo como “um grande cidade notória por assaltos e sequestros”.

El País
O periódico espanhol deu destaque à política brasileira no contexto das relações com nossos vizinhos latino-americanos e o papel de “potência regional” exercido pelo País. O jornal também demonstrou interesse por nossa política interna ao fazer uma entrevista com o presidenciável Aécio Neves e tecer um painel da sucessão do presidente Lula – são citados o impasse trazido pela enfermidade da ministra Dilma Roussef, tida como a provável candidata do PT, e a disputa entre o entrevistado e o governador do estado de São Paulo, José Serra, para definir qual será o candidato do PSDB. Porém, é possível verificar que ainda persistem os estereótipos relacionados a problemas de violência, tráfico de drogas e prostituição. Mostra-se o Brasil como um dos países “mais violentos ” e que mais exporta mulheres na América Latina”.

The Guardian
No jornal britânico, o Brasil aparece associado quase que exclusivamente ao futebol, em especial como local de origem de parte dos jogadores que atuam nos times europeus. Ao contrário dos outros dois periódicos, o The Guardian publicou apenas uma reportagem relacionada à política brasileira ou seus problemas sociais: “
Bid to name Rio de Janeiro's HIV carriers online sparks row”, sobre a derrota de um projeto de lei que propunha a divulgação online dos nomes dos pacientes com HIV no estado do Rio de Janeiro.

*Os sites foram acessados pela última vez no dia 28/05

segunda-feira, 22 de junho de 2009

[Internacional] Fatos internacionais na pauta de importação

Lucas Rodrigues
lucas_rodrigues@live.com
 

agenciasEm análise da editoria Mundo da Folha de S. Paulo, jornal de maior circulação do país, entre os dias 20 e 22 de maio, a dependência em relação às notícias das agências internacionais ficou muito clara. De todas as matérias publicadas nesse período, apenas 26% foram produzidas integralmente por correspondentes ou enviados especiais. O restante, 74%, teve como principal fonte o material de agências como a Reuters e a EFE.

Esse fato chama a atenção para a influência das grandes agências no noticiário do país e para a necessidade de se criarem alternativas a essa situação.

Segundo a professora do Departamento de Jornalismo da Faculdade de Comunicação Social da UERJ, Sônia Virgínia Moreira, em O mundo pelas agências de notícias, “caso fosse possível traçar um quadro preciso do mundo a partir do noticiário internacional divu lgado pelos principais representantes da mídia nacional, estaria evidenciado que os leitores, ouvintes e telespectadores brasileiros enxergam o mundo sob a ótica de um olhar estrangeiro”.

Porém, algumas medidas vêm sendo tomadas em relação a essa questão. No último mês de março, em Roma, o Brasil assinou um acordo de apoio às atividades com a IPS (Inter Press Sevice), uma agência de notícias internacional que tem como proposta a divulgação de informações sobre os países subdesenvolvidos.

Para Carlos Roberto Tibúrcio de Oliveira, assessor especial da presidência brasileira, “o acordo confirma o interesse do Brasil na promoção de comunicação do Sul no âmbito da nova realidade internacional”.

Link para o site da IPS:

http://www.ips.org/institutional/


quinta-feira, 18 de junho de 2009

[Internacional] Agências de notícias: como trabalhar informações

Raissa Pascoal
raissapascoal@gmail.com


Como um veículo de comunicação cobre eventos fora de seu país? As soluções mais comuns são recorrer a correspondentes próprios ou a agências de notícias ao redor do mundo.

Os correspondentes dão originalidade ao meio de comunicação, além de um olhar nacional para fatos internacionais.

No entanto, o alto custo da manutenção de um correspondente no exterior é um problema. O inibido mercado de vendas de jornais no Brasil leva a retração da arrecadação financeira dos veículos. Os maiores jornais do país, como a Folha, o Estado e o Globo, vendem menos de 300 mil exemplares diariamente. Isso é insuficiente para a manutenção da redação. O corte de gastos é indispensável. E viver no exterior é caro.

Mas, e o caderno internacional? As agências de notícia tornaram-se as principais fontes de informação. Basta olhar a assinatura das matérias de grandes jornais: Reuters, Associated Press, AFP. As porcentagens comprovam: mais de 70% das notícias da Folha de São Paulo, por exemplo, vêm de agências.

Mas elas são fontes mesmo? Talvez não. As notícias que mandam para os veículos são prontas. Eles têm duas opções: publicar a notícia tal qual como recebida ou usá-la em conjunto com outras fontes.

As notícias recebidas são checadas? Segundo Eun Yung Park, professora de jornalismo da Escola
de Comunicações e Artes da USP, elas dificilmente são. A facilidade de publicar como recebido é maior que priorizar a checagem. Caso seja um tema polêmico, o veículo tem a escolha de colocar a fonte como a agência, isentando-se.

E aí, como trabalhar com as informações? Sem correspondente e dependendo de agências, o melhor mesmo é buscar o maior número de fontes possíveis e, é claro, checar tudo. Como?
E-mails, ligações, pesquisa, tudo possível de se fazer aqui mesmo, no Brasil. Se o jornal publica sem checar, caso haja erro, este passa a ser dele. Além disso, ter notícias iguais em dois grandes veículos, como Folha e Estadão, não é muito legal. Veja:

http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u577533.shtml
http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,piratas-libertam-navio-e-tripulacao-sequestrados-ha-10-meses,383352,0.htm

segunda-feira, 15 de junho de 2009

[Internacional] Cobertura internacional: como se preparar?

Beatriz Amendola
bia.amendola@gmail.com

A possibilidade de conhecer novas pessoas, lugares e culturas anima qualquer um. Mas o jornalista internacional que vai a campo realizar uma cobertura tem que estar muito bem preparado. Confira aqui três dicas para isso:



1. Informe-se sobre o país

O jornalista internacional deve ter o máximo possível de informações a respeito do local que está cobrindo. Para isso, vale desde pesquisar sobre o que saiu sobre o país na imprensa estrangeira até conferir ensaios e entrevistas de especialistas. Também é importante se apoiar na imprensa e nos jornalistas locais, que podem oferecer uma visão alternativa dos fatos, e comunicar-se com órgãos oficiais, como as embaixadas e os consulados.

2. Entre em contato com a cultura local
De acordo com João Batista Natali, “são nos pequenos detalhes que a gente conhece o país”. Esses detalhezinhos surgem nas formas de expressão da cultura, como a literatura, a música e os mitos, e no próprio dia-a-dia, na convivência e nas conversas com os moradores. Eles são espelhos dos valores que regem as sociedades. Assim, a partir do contato com eles, o jornalista consegue compreender melhor o país em que está e a forma como ele se relaciona com os outros, evitando cair em estereótipos.

3. Conheça a língua local
Além do conhecimento perfeito do inglês – que é básico -, é recomendável que o jornalista saiba falar a língua e os dialetos do país ou da região. Só dessa forma ele poderá ter acesso a fontes diferenciadas, como a imprensa local e até os próprios cidadãos. Isso é muito importante, principalmente para o correspondente, que é quem está em contato direto com os fatos. Outra vantagem disso é a independência que o jornalista adquire em relação aos intérpretes, cuja visão, segundo Lourival Sant’Anna, “sempre vai influenciar”.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

[Internacional] Cobertura em vídeo


Além dos textos e das imagens, o evento do dia 28 contou também com uma cobertura audiovisual feita pela equipe de Comunicação da J.Júnior.
Confira expectativas do público e trechos da palestra.